Poucas imagens tiveram tanta influência na minha formação quanto a do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1980). No próximo dia 15 de abril completam-se três décadas da morte daquele que foi exemplo de intelectual público. No perfil que escreveu sobre ele para o caderno Sabático de O Estado de S. Paulo, no útimo sábado, Gilles Lapouge se pergunta sobre o que está vivo e o que está morto na obra do filósofo que escrevia à mesa do café de Flore, em Paris. Hoje, Sartre está esquecido, afirma Lapouge. O motivo parece simples: seu apego ao presente. Escreve Lapouge: “Em vez de elaborar uma obra altiva, glacial e refugiada nas alturas impassíveis da filosofia ou da literatura, ele quis ser ao mesmo tempo o contemporâneo de todos os homens, o vigia, a testemunha e o combatente das lutas de seu tempo. Mas esse tempo se foi. Já não existe. Os combates da segunda metade do século 20 se extinguiram”. No plano político, foram muitos os erros cometidos por Sartre nas causas em que
Crítica literária e cultural, por Mauro Souza Ventura