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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Presença de Moacyr Scliar

Assim que soube da morte de Moacyr Scliar, ocorrida no último domingo em Porto Alegre, fui às estantes procurar seus livros. Para minha surpresa, constatei que o que possuo em casa está longe de ser representativo dos mais de oitenta livros publicados pelo escritor em sua fértil trajetória literária. Passei então a folhear as páginas de O carnaval dos animais , de 1968, reunião de contos que ele considerava seu primeiro livro de fato (antes, havia publicado Histórias de um Médico em Formação , em 1962, ano em que se formou em Medicina, e Tempo de espera , de 1964, com Carlos Stein). Em seguida examinei um exemplar de A orelha de Van Gogh , autografado e com dedicatória datados de 1989. Este livro de contos não foi o primeiro de Scliar publicado por uma editora de fora do Rio Grande do Sul, mas certamente foi aquele que deu novo fôlego e projeção nacional para sua carreira. Além de extensa e variada, a obra de Moa

Aforismos de Franz Kafka

Os aforismos transcritos a seguir podem ser considerados uma pequena raridade literária. Foram traduzidos pelo crítico austríaco-brasileiro Otto Maria Carpeaux (1900-1978) e publicados em dezembro de 1943 na extinta Revista do Brasil , do Rio de Janeiro. Carpeaux foi um dos críticos mais produtivos da história da literatura brasileira. Durante quatro décadas, escreveu e publicou num ritmo quase semanal. Seus artigos, cheios de erudição e polêmica, foram muito lidos até uma determinada época, quando a crítica de feição literária ainda predominava sobre as demais modalidades de interpretação da obra literária. O tcheco Franz Kafka (1883-1924) era um dos autores preferidos de Carpeaux. Quando morreu, em 1978, no Rio de Janeiro, Carpeaux ainda guardava um exemplar da primeira edição de O Processo . Há alguns anos, quando fazia uma pesquisa no acervo do crítico que hoje pertence à Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, pude ver e tocar nessa rara pri