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Mostrando postagens de setembro, 2011

Preparativos de viagem

Que livros levar numa viagem em que o trabalho solitário será uma constante? “Nem um livro em língua portuguesa”, penso de imediato. Desejo e ao mesmo tempo temo o isolamento linguístico. É para isso que também vou: dominar, compreender, agarrar (verstehen,greifen) este idioma que tanto me fascina. Outra voz me aconselha a colocar na bagagem aqueles livros que, desde que me lembro, sempre funcionaram como um tipo muito particular de auto-ajuda: os parágrafos intermináveis de Marcel Proust e os poemas de Manuel Bandeira e Mario Quintana. E também aqueles ensaístas que jamais deixei de reler: George Steiner, Roberto Schwarz, Edward Said e Beatriz Sarlo. Como não levar na mala a ironia de Machado de Assis, que nos fortalece para a vida ou as iluminações (sempre à mão) de Walter Benjamin. Ou ainda a escrita fantástica de Borges, que prepara docemente a viagem noturna do sono. Mas é em Quintana, leitura sempre noturna, que encontrei, nesta manhã de quinta-feira, o breve e belo Matinal,