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Mostrando postagens de junho, 2013

Evocação do Danúbio

O rio Danúbio, em Viena. Em suas memórias, Elias Canetti relembra o Danúbio de sua cidade natal, Ruschuk, na Bulgária, local onde viviam pessoas das mais diferentes nacionalidades, e onde era possível ouvir, num único dia, “sete ou oito idiomas diferentes”. Cidade portuária do Baixo Danúbio, Ruschuk atraía pessoas de toda parte e o rio era motivo de conversa e inspiração para os mais variados relatos e causos. “Havia histórias sobre aqueles anos em que o Danúbio congelou; sobre as viagens de trenó pelo gelo, até a Romênia [na outra margem do rio]; sobre os lobos famintos que assediavam os cavalos dos trenós”, escreve Canetti em A língua absolvida (Companhia das Letras, trad. Kurt Jahn). Canetti lembra que, navegando rio acima, chegava-se a Viena, a capital da Europa Central, que era vista como o limite entre a Europa e o Império Otomano. “Quando alguém viajava para Viena, subindo o Danúbio, dizia-se que viajava para a Europa”, escreve Canetti. Mas o Danúbio é muito mais do qu