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Mostrando postagens de novembro, 2013

No ponto onde as águas se separam

O crítico francês Roland Barthes (Foto: Divulgação) Muito embora a aritmética o informe de que já ultrapassou em muito a metade de sua vida, sente-se no meio, bem na metade de uma existência que se dilacera em um antes e um depois. Nas anotações de Roland Barthes dos cursos para o Collège de France, ele encontra o seguinte trecho e anota: “experimento hoje essa sensação-certeza de viver o meio do caminho, de me encontrar nessa espécie de ponto onde as águas se separam, seguindo duas costas divergentes.” (Barthes, R. “Da vida à obra”, In: A preparação do romance, Vol. 1. São Paulo: Martins Fontes, 2005, pág. 5. Trad. de Leyla Perrone-Moisés). Entre o antes e o depois está o trabalho inacabado, o estudo que não escreveu, embora rabisque-o todos os dias em sua mente. “Vontade de esvaziar o escaninho dos compromissos, dos artigos, dos pareceres, dos textos obrigatórios”, diz. Deixar que no escaninho só entre aquilo que estiver relacionado a este livro, a esta tese que anota, sublin