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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Cantiga de certezas para 2014

Há muito tempo que deixei de ler poemas; há muito tempo que já nem escuto mais música..... Pois eis que encontro numa velha página de Manuel Bandeira este poema, que tomo como a minha cantiga de certezas para encarar 2014. O poema chama-se "O Martelo", e foi publicado por Bandeira em 1940. Durante muitos anos (já distantes) lia coisas assim.... Quem sabe o que me espera em 2014? Feliz novo ano a todos! "As rodas rangem na curva dos trilhos Inexoravelmente. Mas eu salvei do meu naufrágio Os elementos mais cotidianos. O meu quarto resume o passado em todas as casas que habitei. Dentro da noite No cerne duro da cidade Me sinto protegido. Do jardim do convento Vem o pio da coruja. Doce como um arrulho de pomba. Sei que amanhã quando acordar Ouvirei o martelo do ferreiro Bater corajoso o seu cântico de certezas". (Manuel Bandeira, “Lira dos cinqüentanos”, 1940). M.S.V.

Meu livro do ano

Trecho da Ringstrasse, em Viena. Ao fundo, o prédio da Universidade (Foto: M.S.V.)  Todo final de ano a mídia elabora suas listas de melhores e piores. Minha lista se resume a dois ou três livros, lidos em 2013 mas não necessariamente publicados nesse ano. Foram livros que me acompanharam ao longo de todo o ano que agora termina, lidos, relidos, sublinhados, anotados. O primeiro deles é A lebre com olhos de âmbar , de Edmund de Waal (Ed. Intrínseca, trad. de Alexandre Barbosa de Souza). Já comentei aqui sobre essa obra, que toma como fio narrativo a história de uma coleção de miniaturas japonesas feitas de madeira ou marfim, os netsuquês, muito usados em quimonos, para contar a história de uma família de banqueiros judeus que viveram em Viena nas primeiras décadas do século 20. Da micro-história dessa  família, o leitor  é conduzido à macro-história da primeira metade do século 20. Detenho-me num trecho que considero especial em função da tese que escrevo atualmente, em que