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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Roland Barthes e os dilemas do crítico

O crítico francês Roland Barthes As notas de aula de Roland Barthes no Collège de France são a pedra de toque deste precioso projeto de reedição das Obras Completas do crítico francês. Já são mais de quinze volumes publicados pela editora Martins Fontes, todos com a supervisão de Leyla Perrone-Moisés, uma das maiores especialistas na obra do crítico francês e que, no Brasil, foi a principal responsável pela divulgação e explicação da obra de Barthes. Intitulado A preparação do Romance , (São Paulo: Martins Fontes, 2005) o livro, em dois volumes, reúne os fragmentos e as anotações que Barthes escreveu para ler diante de seus alunos no prestigioso Collège de France , entre 1979 e 1980. Essas notas permaneciam inéditas até 2003, quando a editora francesa Seuil, de Paris, começou a publicá-las em livro. E são reveladoras dos projetos e temas que ocupavam a mente de Barthes nos últimos anos de sua vida. O curso que deu no Collège de France foi interrompido por sua morte, ocorr

Otto Karpfen não é Carpeaux

            O título dessa postagem é uma brincadeira com o nome de família e o pseudônimo mais conhecido do grande crítico literário e jornalista austríaco Otto Maria Carpeaux, que chegou ao Brasil em 1939, fugindo do Nazismo. Agora, um livro que o próprio Carpeaux se preocupou em excluir de sua bibliografia tem sua primeira tradução para o português publicada no país: trata-se de Caminhos para Roma – Aventura, queda e triunfo dos espíritos (Trad. de Bruno Mori, Vide Editorial, R$ 35,00).             Publicado em 1934, em Viena, o livro expõe uma face ainda pouco conhecida de Carpeaux: sua ligação explícita com o catolicismo, que exerceu forte influência nos rumos da política austríaca na conturbada década de 1930. Outro dado importante sobre esta obra, que precisa ser levado em conta pelo leitor brasileiro, é que este foi um dos primeiros textos publicados por Carpeaux após sua decisão de se retirar da religião judaica, ocorrida em abril de 1933.             Para marcar publica