Há muito tempo que deixei de ler poemas; há muito tempo que já nem escuto mais música..... Pois eis que encontro numa velha página de Manuel Bandeira este poema, que tomo como a minha cantiga de certezas para encarar 2014. O poema chama-se "O Martelo", e foi publicado por Bandeira em 1940. Durante muitos anos (já distantes) lia coisas assim.... Quem sabe o que me espera em 2014? Feliz novo ano a todos!
"As rodas rangem na curva
dos trilhos
Inexoravelmente.
Mas eu salvei do meu
naufrágio
Os elementos mais
cotidianos.
O meu quarto resume o
passado em todas as casas
que habitei.
Dentro da noite
No cerne duro da cidade
Me sinto protegido.
Do jardim do convento
Vem o pio da coruja.
Doce como um arrulho de
pomba.
Sei que amanhã quando
acordar
Ouvirei o martelo do
ferreiro
Bater corajoso o seu
cântico de certezas".
(Manuel Bandeira, “Lira dos cinqüentanos”, 1940).
M.S.V.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Meu livro do ano
Trecho da Ringstrasse, em Viena. Ao fundo, o prédio da Universidade (Foto: M.S.V.) |
Todo final de
ano a mídia elabora suas listas de melhores e piores. Minha lista se resume a
dois ou três livros, lidos em 2013 mas não necessariamente publicados nesse
ano. Foram livros que me acompanharam ao longo de todo o ano que agora termina,
lidos, relidos, sublinhados, anotados. O primeiro deles é A lebre com olhos de âmbar, de Edmund de Waal (Ed. Intrínseca,
trad. de Alexandre Barbosa de Souza).
Já comentei
aqui sobre essa obra, que toma como fio narrativo a história de uma coleção de
miniaturas japonesas feitas de madeira ou marfim, os netsuquês, muito usados em
quimonos, para contar a história de uma família de banqueiros judeus que
viveram em Viena nas primeiras décadas do século 20.
Da
micro-história dessa família, o
leitor é conduzido à macro-história da
primeira metade do século 20. Detenho-me num trecho que considero especial em
função da tese que escrevo atualmente, em que o autor reconstitui os trágicos
acontecimentos ocorridos em Viena, entre os anos de 1938 a 1947. Marcantes são
as páginas em que Edmund de Waal descreve a sucessão de fatos do dia
12 de março de 1938, quando a Áustria deixa de ser um país independente para ser
anexada pela Alemanha de Hitler, tornando-se nacional-socialista.
Do seu
palácio situado na Ringstrasse, os Ephrussis assistem a tragédia que se abate
sobre Viena, a sua Viena. Judeus integrados à sociedade vienense, eles são
surpreendidos com a movimentação das ruas: tão logo o chanceler Kurt von Schuschnigg
termina o discurso em que se despede do povo austríaco, cedendo ao ultimado
feito pelo Reich alemão, na noite de 11 de março, escutam-se as vozes
enfurecidas, que gritam: “ein Volk, ein Reich, ein Führer”. Escreve Edmund de
Waal, à pág. 20:
“É uma
invasão de camisas marrons. Há businas de táxis e homens armados nas ruas, e
por algum motivo a polícia veste braçadeiras com a suástica. Caminhões avançam pela Ringstrasse, passam
pelo Palais, pela Universidade, em direção à Prefeitura. E os caminhões levam
suásticas, e os bondes têm suásticas, e há rapazes e meninos pendurados,
berrando e acenando.”
Deste momento
em diante, a agitação toma conta das ruas, culminando com a destruição das
vitrines das lojas de judeus, da invasão de suas propriedades, do processo de
arianização que se seguirá. Enfim, quem pode escapar, não pensa duas vezes. Mas
para muitos será tarde demais, pois o pior ainda está por vir. É o início da
barbárie.
M.S.V.
domingo, 17 de novembro de 2013
No ponto onde as águas se separam
![]() |
O crítico francês Roland Barthes (Foto: Divulgação) |
Muito
embora a aritmética o informe de que já ultrapassou em muito a metade de sua
vida, sente-se no meio, bem na metade de uma existência que se dilacera em um
antes e um depois. Nas anotações de Roland Barthes dos cursos para o Collège de
France, ele encontra o seguinte trecho e anota: “experimento hoje essa
sensação-certeza de viver o meio do caminho, de me encontrar nessa espécie de
ponto onde as águas se separam, seguindo duas costas divergentes.” (Barthes, R.
“Da vida à obra”, In: A preparação do
romance, Vol. 1. São Paulo: Martins Fontes, 2005, pág. 5. Trad. de Leyla
Perrone-Moisés).
Entre
o antes e o depois está o trabalho inacabado, o estudo que não escreveu, embora
rabisque-o todos os dias em sua mente. “Vontade de esvaziar o escaninho dos
compromissos, dos artigos, dos pareceres, dos textos obrigatórios”, diz. Deixar
que no escaninho só entre aquilo que estiver relacionado a este livro, a esta
tese que anota, sublinha, projeta, rabisca e abandona.
É
outra vez Roland Barthes quem lhe aponta o caminho: “vem um momento em que o
que se fez, escreveu (trabalhos e práticas passadas), aparece como um material
repetido, fadado à repetição, ao cansaço da repetição.” (Barthes, id. ibid., p.6). Eis o que o destino
(previsível) reserva aos que escolhem a vida de escrevente: “sempre e até a
minha morte vou escrever artigos, dar aulas, fazer conferências – ou no máximo,
livros – sobre assuntos que apenas variarão (tão pouco!)? (Barthes, id. ibid., p.6).
Neste
ponto em que as águas se separam, o escrevente faz um esforço para se manter à
tona. Para não naufragar, sonha que esta outra parte de sua vida, a que virá,
será capaz de compensar tudo o que ficou na outra margem. “Pois o rio só tem mesmo
duas margens”, repete para si mesmo.
M.S.V.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Murakami, a corrida e a escrita
![]() |
O escritor Haruki Murakami (Foto: Divulgação) |
Sabemos que todo
escritor, seja ele um ficcionista, biógrafo ou ensaísta, para ser bem
sucedido no que faz, precisa de talento. Mas isso não é tudo e podemos
compensar a falta ou o pouco talento com duas outras qualidades: concentração e
perseverança. “Felizmente essas duas disciplinas – concentração e perseverança
– são diferentes do talento, uma vez que podem ser adquiridas e aperfeiçoadas
por meio de treinamento”, escreve Haruki Murakami, em Do que eu falo quando eu falo de corrida.
Neste relato autobiográfico,
o escritor japonês, que já tem vários de seus romances publicados no Brasil
(Editora Alfaguara), vale-se de sua experiência de corredor de longas
distâncias (participou da maratona de Nova York, entre outras) para refletir
sobre o ato de escrever, no seu caso, romances.
Leio as observações de
Murakami pensando em meus próprios desafios de escrita, no momento em que
desenvolvo uma pesquisa de longa duração e que ainda está apenas nos esboços iniciais.
Concentração e perseverança são atributos difíceis de adquirir, mas, segundo
ele, fundamentais para um trabalho de longa duração.
“Sem isso
(concentração) não se pode realizar nada de valor, ao passo que se você for
capaz de se concentrar eficientemente, conseguirá compensar um talento errático
ou até a falta de talento. Eu geralmente paro para escrever de três a quatro
horas todas as manhãs. Sento em minha mesa e me concentro totalmente no que
estou escrevendo. Não olho para mais nada, não penso em mais nada”, escreve
Murakami.
Além da concentração, o
segundo atributo para quem escreve ou pesquisa é a capacidade de perseverar.
Como isso se traduz? Acumulando energia para se concentrar no seu projeto dia
após dia, sem falta, durante um semestre, um ano, dois anos. Como combinar
essas qualidades com o ritmo frenético da vida academia, que transforma o dia a
dia numa sucessão de tarefas e compromissos fragmentados? Nas férias? No
semestre sabático, para os poucos que o possuem?
Deixo para o final a
síntese do método de Murakami: “você aprenderá naturalmente a ter tanto
concentração quanto perseverança quando sentar todo dia diante de sua
escrivaninha e treinar a mente a se concentrar em uma coisa só”. Esse é o meu
desafio e agora sei que não é uma utopia.
M.S.V.
domingo, 28 de julho de 2013
Maneiras de ver/modos de ler
A imaginação é um
caminho para o conhecimento. No Prefácio
a Stendhal, o crítico francês Roland Barthes reafirma seus métodos e
maneiras de ler uma obra: a sensação enquanto ponto de partida do conhecimento,
que era também, segundo Barthes, o caminho de Stendhal. Primeiro é preciso se
deixar deslumbrar pelo fenômeno; só depois vem o juízo, “que retoma a sensação,
detalhando-a, e acaba por transformá-la em percepção, atividade verdadeira em
que todo homem se empenha”. (Roland Barthes, Inéditos, Vol. 2 – Crítica, p. 137).
Esse esquema interpretativo
revela-se fértil e necessário, num momento em que o trabalho dos conceitos
transformou-se em mera ferramenta com usos generalizados. Por mais de uma vez escutei
a frase, dita por colegas: “A análise do discurso é ótima, pois resolve
qualquer coisa”. De minha parte, tenho sempre procurado adotar o seguinte
procedimento: é o objeto que funda o método, e não o contrário. Pode não
resolver muito a situação, mas pelo menos diminui um pouco o mecanicismo
metodológico.
Cada vez mais acredito
que, como escreve Barthes, “conhecer é ir com ardor à caça da sensação, tirar
proveito dos acasos e, ao mesmo tempo, suscitar as ocasiões”. (Idem, ib, p.
138)
M.S.V.
sábado, 20 de julho de 2013
Comunicação e literatura em fricção

O
tema do encontro, “pensamento comunicacional latino-americano através da
literatura”, foi concebido com a finalidade buscar o diálogo entre duas áreas
que, por definição, estão em lugares opostos e, não raro, sempre em contenda
ou, no mínimo, em fricção. O livro traz o melhor do que foi apresentado no
Colóquio. A seguir, transcrevo trechos da Introdução ao livro, intitulada “Comunicação,
ficção e a função integradora dos saberes” (p.15-21):
“Dividido
em quatro partes, inicia com uma homenagem a Jorge Fernández feita por seu
filho, o equatoriano Marcelo Fernández, seguida por artigo de José Marques de
Melo, que destaca a trajetória deste pioneiro dos estudos de comunicação na
América Latina. Em seguida, traz artigos que abordam o diálogo entre
comunicação e literatura de autoria de Muniz Sodré, Tania Rosing, Cremilda
Medina, Sinval Medina e Laan Mendes
de Barros, cinco renomados especialistas no tema central do evento.
A
obra também aborda alguns aspectos contemporâneos da questão, trazidos pelo
olhar de ilustres pesquisadores do campo da comunicação, como Maria Cristina
Gobbi, Elizabeth Gonçalves, Isabel Travancas, Francisco Sierra Caballero e Sebastião Albano da
Costa. Na quarta parte da coletânea, o diálogo entre comunicadores e
ficcionistas se revela na abordagem de Mauro Souza Ventura, Antonio Hohlfeldt,
Esmeralda Villegas Uribe e Sônia Jaconi.
Mais do que diálogo, o que se viu durante o XVI Celacom -- e o leitor
poderá comprovar nos textos desta coletânea --, foi uma evidente demonstração
da atualidade das relações que permeiam e dão forma aos campos da comunicação e
da literatura. Afinal, seria possível pensar a Comunicação por meio da ficção,
ou vice-versa? Os painéis e debates apresentados no Celacom 2012 mostraram que
esses dois campos podem e devem permanecer em diálogo”.
M.S.V.
domingo, 2 de junho de 2013
Evocação do Danúbio
O rio Danúbio, em Viena. |
Em suas
memórias, Elias Canetti relembra o Danúbio de sua cidade natal, Ruschuk, na
Bulgária, local onde viviam pessoas das mais diferentes nacionalidades, e onde
era possível ouvir, num único dia, “sete ou oito idiomas diferentes”. Cidade
portuária do Baixo Danúbio, Ruschuk atraía pessoas de toda parte e o rio era
motivo de conversa e inspiração para os mais variados relatos e causos. “Havia
histórias sobre aqueles anos em que o Danúbio congelou; sobre as viagens de
trenó pelo gelo, até a Romênia [na outra margem do rio]; sobre os lobos
famintos que assediavam os cavalos dos trenós”, escreve Canetti em A língua absolvida (Companhia das
Letras, trad. Kurt Jahn).
Canetti lembra
que, navegando rio acima, chegava-se a Viena, a capital da Europa Central, que
era vista como o limite entre a Europa e o Império Otomano. “Quando alguém
viajava para Viena, subindo o Danúbio, dizia-se que viajava para a Europa”,
escreve Canetti.
Mas o Danúbio
é muito mais do que as recordações “do rio que corre pela minha aldeia”. O Danúbio
nasce na Alemanha e segue, serpenteando por entre florestas, montanhas e vales,
em direção ao Mar Negro. Com uma bacia de 817.000 quilômetros quadrados que
atravessa a Europa Central, está até hoje envolto em simbolismo histórico,
político e cultural. “É o rio ao longo do qual se encontram, se entrecruzam e
se misturam povos diversos. É o rio de Viena, de Bratislava, de Budapeste, de
Belgrado”, escreve o estudioso italiano Claudio Magris.
Magris nasceu
em Triste, é professor de Literatura na Itália e tornou-se conhecido como
estudioso do mito habsbúrgico na literatura austríaca. Seu Danúbio (Ed. Rocco, 1992, trad. de Elena Grechi e Jussara Ribeiro) é
um alentado ensaio histórico-literário e bastante pessoal do rio que sintetiza
como poucos a cosmovisão supranacional da Europa Central.
Mas o Danúbio
que gostaria de evocar aqui, e em cujas margens estive numa certa tarde de
sábado, na Marina de Viena, é um amálgama de povos e culturas, uma resistência
aos nacionalismos, uma metáfora do hibridismo cultural, um rio que une a Europa
à Ásia. E, ao contrário do que promete aquela valsa, não é azul; é cinza, por
que também naquela tarde de sábado o céu estava cinza.
M.S.V.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
O escrevente aos cinqüenta (o que faz um escritor?)
Das memórias de Elias Canetti: “Numa cidade como Salzburg, as pessoas são
receptivas aos escritores”. Mas o que faz de um escritor um escritor? Raduan
Nassar escreveu um ou dois livros e abandonou a literatura. Tornou-se canônico.
E há escritores que permanecem vivos mais por sua atuação na mídia do que por
suas criações. Tornam-se marketing.
***
Planejou durante muitos anos uma trajetória a ser construída com a
publicação regular, contínua de seus projetos de escrita. A vida acadêmica e o
excesso de trabalho o conduziram a outra trilha. Depois de publicar um primeiro
livro de ensaios em 1995 e de voltar em 2002 com um estudo sobre um importante
crítico literário, não conseguiu dar continuidade a uma trajetória que apenas se
esboçara. Passaram-se, desde então, dez anos, gastos com a inserção na vida
acadêmica, as aulas na graduação e na pós-graduação, o redirecionamento de
pesquisas e de publicações, a orientação de alunos, a gestão, as guerras, a infâmia,
os aborrecimentos. É assim que chega aos cinqüenta anos: como um escrevente; alguém
que usa a palavra como um meio, um instrumento.
***
Eis um trecho de Barthes que não se cansa de repetir: “os escreventes são
homens transitivos: eles colocam um fim (testemunhar, explicar, ensinar) para o
qual a palavra é apenas um meio; para eles, a palavra suporta um fazer, ela não
o constitui. Eis, pois, a linguagem reduzida à natureza de um instrumento de
comunicação, de um veículo do ‘pensamento’. Mesmo se o escrevente concede
alguma atenção à escritura, esse cuidado nunca é ontológico: não é
preocupação”. Para o escrevente, ao contrário, o ato da escrita não é
intransitivo. Sua escritura está sujeita a demandas, vindas do mercado, da
academia, das instituições.
***
“Não vivo do que escrevo, mas vivo para escrever, afirma o escritor
Sinval Medina, que acaba de lançar, sem qualquer alarde o belíssimo O cavaleiro da terra de ninguém, uma
biografia romanceada do sertanista e rei dos tropeiros Cristóvão Pereira de
Abreu. Uma narrativa fascinante que, apesar dos arcaísmos de linguagem, prende
o leitor do início ao fim. Mas voltemos à frase de Sinval, pois ela demarca seu
lugar de fala. Eis um escritor que escolhe seus temas, constrói seu estilo e
ordena suas narrativas sem transigir com o mercado, com a mídia, com a
academia. Isso talvez explique em parte sua pouca visibilidade no conjunto da
literatura atual, em que as estratégias midiáticas garantem um lugar nesse
perverso regime de visibilidade. Mas Sinval Medina é um escritor cuja produção
apresenta regularidade, desde o ano de 1980, quando publicou seu primeiro
romance, Liberdade condicional. Não
vive do que escreve, mas vive para escrever. Eis um escritor no sentido pleno
da palavra, e que não sofre do mal de Montano.
M.S.V.
O escrevente aos cinqüenta (a maldição de Montano)
Abre uma página de O mal de Montano,
de Henrique Vila-Matas. Seus olhos passeiam pelas obsessões literárias do escritor
catalão, mas seu pensamento se perde no quarto escuro da memória, este “baú de
espantos” em que se desenha o malogro existencial e material de seus projetos
de escrita. “O primeiro malogro está ligado à tardividade de minha formação, e
que me constitui enquanto ser”, recorda. O segundo malogro é mais palpável: diz
respeito às condições materiais da vida. Obrigado a ganhar o sustento, primeiro
no jornalismo, depois na sala de aula, seus projetos de escrita sempre
estiveram submetidos ao aspecto instrumental dessas atividades. “Haverá
tempo?”, pergunta.
***
Retorna a esse livro que é em tudo um incômodo, a começar pelo título: Crítica e verdade, de Roland Barthes. Este
pequeno volume, que comprou quando tinha 21 anos, sempre exerceu sobre ele um
fascínio e uma resistência à leitura. Folheia o livro e constata que há vários
trechos sublinhados, marcas de leitura que indicam que já se perdeu por aquelas
páginas. E há também a memória de leitura, e por ela comprova que já leu certos
artigos, como o seminal “Escritores e escreventes”, mas desconfia que jamais
tenha conseguido terminar a leitura de todos esses ensaios. Crítica e verdade
poderão caminhar juntas?
***
Gastou a juventude buscando o que? “Os livros não vieram; ficaram dentro
de mim, como projeto de filhos abortados”, repete para si mesmo. Aqueles
ensaios sobre literatura e cultura também não foram escritos. Sempre o
trabalho, sempre a busca da sobrevivência. Olha-se ao espelho e o que vê é um
acadêmico, imerso num laborioso e angustiante trabalho de Sísifo. “Onde ficou o
desenvolvimento da carreira autoral? É a maldição de Montano.”
M.S.V.
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