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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Carpeaux e os dois modelos de crítica

Já escrevi neste espaço que, no momento em que Otto Maria Carpeaux (1900-1978) inicia sua produção no Brasil, ou seja, na década de 40, o campo da crítica literária atravessa um período de redefinição de sua própria existência e função. Uma fase de transição que vai da crítica não especializada, exercida então por profissionais de diversas áreas que escrevem para os jornais, ao surgimento dos primeiros críticos oriundos da universidade. Seja nos rodapés de página ou em colunas fixas, os críticos diletantes, cujo principal expoente foi Álvaro Lins, predominam nos anos 1940 e 50, quando surgem os críticos com formação mais especializada, obtida na universidade. Ora, a crítica de Carpeaux situa-se na confluência entre os dois modelos acima citados, apresentando característica de ambos. A própria biografia de Carpeaux o coloca a meio caminho entre o diletante (era formado em Química e Física) e o crítico com formação específica em ciências humanas (cursou Filosofia e Sociologia em Paris e

Três aforismos

“O caminho de sua vida era como que pavimentado, não havendo nele a menor racha onde o tempo pudesse florescer em erva”. W. Benjamin, Imagens do pensamento . “Aquilo que escreve dirige-se a ele e vale apenas para ele; se outros descobrirem aí alguma utilidade e prazer, tanto melhor”. E. Auerbach, O escritor Montaigne . “Menard – lembro-me – declarava que censurar e elogiar são operações sentimentais que nada têm a ver com a crítica”. J.L. Borges, Pierre Menard, autor do Quixote .