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Mostrando postagens de julho, 2011

A modernidade na periferia do país

Estive em Porto Alegre há algumas semanas e aproveitei para voltar à Casa de Cultura Mário Quintana. Quem entra nesse velho e imponente prédio da Rua da Praia, no centro da cidade, onde um dia funcionou o Hotel Majestic, e que já foi morada do poeta durante muitos anos, sente que está diante de algo muito maior do que um centro cultural. Nos tempos áureos do Hotel Majestic, Porto Alegre era cenário da modernidade, de uma vida literária que incluía autores, tradutores, mercado editorial e leitores. Mário Quintana foi um desses personagens, mas havia muitos outros talentos circulando por lá. Quando entrei numa sala que remetia à obra de Érico Veríssimo, pude ver algumas fotografias daquele que até hoje figura como um dos maiores nomes da literatura brasileira. As imagens retratavam as diferentes fses da carreira do autor de O tempo e o vento. Todos os ícones que traduzem a figura de um escritor estão nessas fotos: Érico escrevendo, em viagem, brincando com o filho, posando ao lado

As leituras profissionais e a "inutilidade” da ficção

Outro dia postei um comentário sobre a impossibilidade de se ler, nos dias de hoje, um romance de 600 páginas. O motivo era o lançamento de Liberdade, o mais recente livro do americano Jonathan Franzen. Quem tem tempo hoje para enfrentar 600 páginas?, perguntava então naquele post. Quanto mais adentramos na vida adulta (com seus inevitáveis compromissos), menos contato temos com a leitura de ficção. Leituras profissionais e/ou técnicas não contam. A constatação me incomodou, pois meu ganha-pão é o ensino e as paredes de minha casa estão repletas de livros. Estou cercado de obras teóricas, de referências, dicionários, publicações acadêmicas, que utilizo em minha profissão. Mas é a literatura, que sempre trazia comigo e que sempre fez parte de minha formação? Foi preciso uma campanha de marketing para me despertar dessa letargia profissional. O estopim foi justamente o romance Liberdade, de Franzen. Na Livraria que mais frequento, a Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, era