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Mostrando postagens de agosto, 2012

Vida de professor, destino de escrevente

Os poucos e exigentes leitores deste blog me perguntam por que tenho postado com menos freqüência nos últimos meses. Respondo com uma palavra: é a vida de professor universitário, que, com suas demandas tantas, quase não deixa tempo para a prática de uma escrita livre, dirigida ao público amplo, e não aos pares, como ocorre na vida acadêmica atual. Pois são tantas as atividades e incumbências que um professor de universidade pública brasileiro precisa cumprir atualmente que tudo deve ser direcionado ao campo acadêmico. Tudo precisa resultar numa entrada no Lattes, sob o risco de nada “render”. Vejo-me hoje transformado num escrevente acadêmico, imerso num laborioso e angustiante trabalho de Sísifo. “Onde se escondeu o projeto de uma carreira autoral?”, pergunto-me. Releio o ensaio “escritores e escreventes”, de Roland Barthes, incluído na coletânea Crítica e verdade (Ed. Perspectiva). O texto é da década de 1950, mas parece ter sido escrito ontem, pois ajuda, e muito, a pensar sobr