Enquanto aguardo, no aeroporto de Berlim, o vôo que me levará de volta para casa, fico a pensar no quanto é difícil esta operação de vir à Europa, em especial para nós, que moramos do outro lado do Atlântico. Para além do custo financeiro, que dispensa comentários, penso em especial nas barreiras culturais e linguísticas que nos separam (os latino-americanos), dos europeus. Principalmente se o motivo da viagem não é turístico, mas acadêmico. Mesmo correndo o risco de generalizações, listo alguns tópicos que surgiram nesses dias, a partir da convivência que tive, por exemplo, com hispano-americanos em Berlim. Observo hispano-americanos cumprimentando-se, conversando à mesa do café ou do almoço, discutindo suas pesquisas, buscando constantemente o diálogo. É visível o contraste com os funcionários do hotel, todos alemães, seguindo rigorosamente seus procedimentos, muitas vezes exasperados com o comportamento espontâneo dos latinos. A civilização do erro (sem culpa, diga-s
Crítica literária e cultural, por Mauro Souza Ventura