Manhã tranqüila, à mesa de trabalho para ler, sublinhar, marcar e anotar os movimentos de minha leitura. À moda de um copista medieval, transcrevo passagens, anoto fragmentos. Ao acaso, vou construindo uma teia de vastas emoções e pensamentos imperfeitos.
Zigmunt Bauman é minha leitura de auto-ajuda. A metáfora da vida líquida, marcada pela precariedade, "vivida em condições de incerteza constante", é uma imagem reconfortante para enfrentar os desafios da vida presente.
Estar sempre pronto a reiniciar, a livrar-se das coisas com despreendimento, com o mesmo desapego que empregamos quando adquirimos algo. Escreve Bauman:
"A vida líquida é uma sucessão de reinícios, e precisamente por isso é que os finais rápidos e indolores, sem os quais reiniciar seria inimaginável, tendem a ser os momentos mais desafiadores e as dores de cabeça mais inquietantes. Entre as artes da vida líquido-moderna e as habilidades necessárias para praticá-las, livrar-se das coisas tem prioridade sobre adquiri-las." (Vida líquida, p. 8)
Em outra passagem, Bauman enumera as atitudes daqueles que dominam a arte da vida líquida: "aquiescência à desorientação, imunidade à vertigem, adaptação ao estado de tontura, tolerância com a falta de itinerário e direção, e com a duração indefinida da viagem." (Idem, p.10)
M.S.V.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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