Figura central da crítica literária no século 20, o alemão Erich Auerbach (1852-1957) teve aspectos de sua obra analisada ontem durante o Seminário Internacional Rumos Literatura – Crítica Literária, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo. Um dos palestrantes, o professor da City University, de Nova York, Martin Elsky, lembrou a formação cosmopolita de Auerbach que o tornava capaz de compreender as outras culturas, ainda que sob uma visão ocidental. Sua estratégia de leitura, reiterou o estudioso, baseava-se na suspensão voluntária da descrença por parte do intérprete, derivando disso sua extraordinária visão da obra de Dante, por exemplo. “Ele resolveu o problema da mimesis de uma maneira cristã”, disse.
Já o professor de literaturas românicas da Universidade Bergische, em Wuppertal, Alemanha, Earl Jeffrey Richards, destacou a importância do conceito de Europa na cosmovisão de Auerbach e seu empenho em estabelecer interfaces entre as culturas alta e baixa. Ele explicou que, para o crítico alemão, ser um romanista significava, sobretudo, ultrapassar a questão do germanismo.
O terceiro especialista presene ao Seminário de ontem foi o professor de Sociologia da USP Leopoldo Waizbort, para quem o problema central da abordagem de Auerbach está na busca do caráter intrinsecamente histórico da condição humana. “A literatura exprime o modo como os homens se vêem a si mesmos e suas transformações”, destacou.
Por fim, destaco a observação do curador do Projeto Rumos Literatura, o professor de teoria literária da USP, Samuel Titan Jr, que lembrou que Auerbach passou à posteridade como não mais do que um “bom leitor”.
Nm momento em que a crítica especializada abandonou o contato com o público e em que o uso do jargão acadêmico e o rebuscamento conceitual tomam o lugar da sensibilidade, é muito oportuno revisitar a obra de um crítico que foi ao mesmo tempo agudo nas análises e fino estilista. Afinal, não se pode ser um bom leitor de literatura sem o elemento da sensibilidade. E isso Auerbach tinha de sobra.
M.S.V.
Já o professor de literaturas românicas da Universidade Bergische, em Wuppertal, Alemanha, Earl Jeffrey Richards, destacou a importância do conceito de Europa na cosmovisão de Auerbach e seu empenho em estabelecer interfaces entre as culturas alta e baixa. Ele explicou que, para o crítico alemão, ser um romanista significava, sobretudo, ultrapassar a questão do germanismo.
O terceiro especialista presene ao Seminário de ontem foi o professor de Sociologia da USP Leopoldo Waizbort, para quem o problema central da abordagem de Auerbach está na busca do caráter intrinsecamente histórico da condição humana. “A literatura exprime o modo como os homens se vêem a si mesmos e suas transformações”, destacou.
Por fim, destaco a observação do curador do Projeto Rumos Literatura, o professor de teoria literária da USP, Samuel Titan Jr, que lembrou que Auerbach passou à posteridade como não mais do que um “bom leitor”.
Nm momento em que a crítica especializada abandonou o contato com o público e em que o uso do jargão acadêmico e o rebuscamento conceitual tomam o lugar da sensibilidade, é muito oportuno revisitar a obra de um crítico que foi ao mesmo tempo agudo nas análises e fino estilista. Afinal, não se pode ser um bom leitor de literatura sem o elemento da sensibilidade. E isso Auerbach tinha de sobra.
M.S.V.
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