Entre as inúmeras particularidades da obra de Paul Valéry, uma delas chama a atenção do leitor: sua escrita fragmentada e descontínua. O fragmento valeriano instaura em seu discurso um movimento do pensamento feito de retomadas e de retificações. É essa escrita essencialmente descontínua que permeia o fabuloso trabalho dos Cahiers.
Durante mais de cinqüenta anos, entre 1.894 e 1945, ano de sua morte, Valéry dedicou-se ao interminável trabalho de escrever suas "notes du petit jour". Ao todo, foram 256 cahiers escritos manhã após manhã.
Em Valéry, a prática do fragmento se confunde com a gênese de sua obra. Era costume seu utilizar-se, por exemplo, dos mais diferentes materiais para anotar suas idéias: envelopes, embalagens etc.
Esta verdadeira obsessão do poeta francês pelo fragmento remete à idéia de obra enquanto estágio embrionário, provisório e um pensamento que se faz a partir de um movimento que não cessa de se formular. Uma reprise contínua. As idéias em seu estado bruto.
M.S.V.
Durante mais de cinqüenta anos, entre 1.894 e 1945, ano de sua morte, Valéry dedicou-se ao interminável trabalho de escrever suas "notes du petit jour". Ao todo, foram 256 cahiers escritos manhã após manhã.
Em Valéry, a prática do fragmento se confunde com a gênese de sua obra. Era costume seu utilizar-se, por exemplo, dos mais diferentes materiais para anotar suas idéias: envelopes, embalagens etc.
Esta verdadeira obsessão do poeta francês pelo fragmento remete à idéia de obra enquanto estágio embrionário, provisório e um pensamento que se faz a partir de um movimento que não cessa de se formular. Uma reprise contínua. As idéias em seu estado bruto.
M.S.V.
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