Centro de Viena em clima de Natal |
Viena está em festa. Os jornais anunciam que nesta semana, impreterivelmente, a neve que já cobre as montanhas no Oeste dos Alpes, descerá o vale do Danúbio até a velha cidade dos Habsburgos. É só o que falta para o cenário natalino ficar completo, já que por todas as ruas por onde passo, as luzes de Natal dão o colorido típico ao consumismo desenfreado que contagia a todos nessa época do ano.
As comemorações do Natal aqui iniciam já em meados de novembro, com a montagem de dezenas de “feirinhas” nos principais pontos da cidade. São quiosques com artesanato típico, comidas e bebidas quentes, que ficam lotados à noite e nos finais de semana.
Aos sábados, na Mariahilfer Strasse, tradicional e chique rua de comércio – contrastando com a popular Favoriten Strasse, que é bem mais longe de Innerestadt – o trânsito precisa ser interrompido para dar escoamento à enorme massa de pessoas que se aglomera nas lojas e calçadas em busca de presentes ou mesmo de um simples passatempo.
Salzburg e Mozart
Como a neve não chegou, decidi ir ao encontro dela. Peguei o trem em Westbahnhof, a estação ferroviária que sai de Viena no sentido oeste, e fui rumo a Munique. Aos cinquenta minutos de viagem, a paisagem mudou de cor, com o branco da neve cobrindo boa parte da vegetação. O sofisticado trem que viaja a 100 km/hora diminuiu sensivelmente a velocidade quando começou a subir em direção a Salzburg. Três horas depois, com neve por todos os lados, adiei o sonho de conhecer a Alemanha e desci na cidade de Mozart.
Acima dos prédios, vê-se parte do Castelo Mirabelli, em Salzburg. |
Salzburg tem um ar típico de cidadezinha do interior e a regra número um para curtir o local é esquecer Viena, com seus palácios, praças, museus, igrejas etc. E o cosmopolitismo, que é sua marca registrada.
Em Salzburg, nada lembra a grandiosidade barroca ou a sofisticada indústria do turismo que existe em Viena. Em pouco mais de quatro horas percorri o centro da cidade. Por fim, constata-se que a imagem de Mozart é explorada de todas as maneiras, de bibelôs a bolsas, passando por chocolates e guloseimas.
Admito que fiquei um pouco decepcionado. Não se pode conhecer Salzburg depois de Viena. Sei que a comparação é injusta, mas é inevitável.
M.S.V.
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