Bicicletas para alugar na Maria Hilfer Strasse, Viena |
É essa mesma condição que me permite escutar nas ruas e no metrô os diferentes sotaques que, em alguns casos, imagino (apenas imagino, embora consiga perceber que não falam como o nativo de Viena), correspondam a dialetos de regiões como o Tirol, próximo da Itália, a Caríntia, mais ao Sul, ou a Upper Áustria, ao norte, que faz fronteira com a República Tcheca.
Esses falares que escuto diariamente sem entender não impedem a comunicação, pois a norma culta do idioma alemão serve de parâmetro e dá a um estrangeiro com escasso vocabulário – como é o meu caso -- condições de se fazer entender. Há, de fato, muitos estrangeiros em Viena. Não estou falando dos turistas que lotam Innerestadt – como é chamado o centro histórico. Afinal, esta é uma cidade que desenvolveu, como poucas, a indústria do turismo.
Refiro-me à grande quantidade de imigrantes oriundos da Ásia, da região dos Bálcãs e da África. Dados oficiais indicam que 20% da população de Viena, que hoje tem 1.700.000 habitantes, é formada por estrangeiros. Ou seja, há cerca de 340 000 pessoas de outros países vivendo na capital austrícaca.
Os vienenses parecem não se incomodar com essa “invasão”. Até onde pude ver – e essa é uma visão bastante parcial – os imigrantes acabam suprindo a necessidade de mão-de-obra para setores como lojas, restaurantes, mercados, hotéis etc. Mas a Viena de Innerestadt, dos cafés chiques, do Hofburg e seus caros souvenirs, das dezenas de Museus e das centenas de atrações culturais parece ser uma realidade muito distante de todos esses imigrantes que chegam a Viena em busca de um futuro melhor.
M.S.V.
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